6.7.11

FANATISMO NÃO É AMOR. RESPEITO SIM

Imagina que você acorda, lava o rosto, toma um banho, faz o desjejum. Pega seu carro e vai para o trabalho. Então, você vai ao restaurante ou a padaria comer alguma coisa. Chegando lá, você não consegue chegar na cadeira pra sentar. Tem que parar pra tirar foto com todo mundo. Daí, você se senta e pede o cardápio. Lá vem outra leva de gente falar com você. Para atender a todos, você pede qualquer coisa pra comer. Nesse ínterim, não consegue conversar com quem está ao seu lado. Quando chega a comida, vem gente fotografar a sua boca mastigando e outro tanto de gente querendo imagens. Você engole rapidamente pra sair do sufoco, paga a conta e vai pegar o carro. O manobista pede autógrafo. Pega o veículo e vai embora. Todo mundo no trânsito para e buzina. Você tem que acenar feliz. Chega no seu trabalho e recebe diariamente uma profusão de convites para massagens, almoços, jantares, coquetéis, lançamentos, a maioria deles querendo "crescer" em cima da sua imagem. O celular não para, o e-mail pipoca centenas de mensagens. Acaba o trabalho e vai jantar e acontece a mesma coisa. Vai fazer uma apresentação e as pessoas não deixam que você saia do ônibus, se acotovelando. Esbarram em você a acabam até por te machucarem. Você não consegue respirar e tem que atender a todos com sorriso de orelha a orelha. Vai para o hotel. E eles te colocam no lugar mais barulhento pra que você não consiga dormir. Fazem campana na janela de fora, gritam, soltam fogos e você não consegue descansar. Toma um banho e vai se trocar para o espetáculo. O celular não para. Você sai do seu quarto para o show, no corredor, dezenas, centenas de pessoas que você precisa parar, gente que quer te tocar a qualquer preço. No fim da apresentação, visualize a histeria 5 vezes pior. Você está cansado, exausto e tem que atender a todos até as 2 da manhã. Não pode ser normal, tem que ser simpático. Quando você finalmente se desvencilha de tudo isso pra dormir, não consegue por conta do barulho, até pegar no sono, agitado, turbulento.No outro dia, gente reclamando que você não deu atenção. Não tem vida própria, não come direito, não bebe direito, não namora, não faz nada que não esteja previsto. Repita isso 7 vezes por semana. Faça todo dia esse ritual...

O sucesso é mais complicado que o fracasso. Não é fácil lidar com o êxito.
A vida pública é totalmente devassada. Não existe privacidade alguma. Logicamente que o artista deve seu sucesso, além do  seu talento e carisma, ao público que o ama, seus fãs. Mas, amor demais passa a ser doentio, fanático, patológico. Isso acontece. Falta de ética, de respeito, de amor e consideração ao artista.

Queridos fãs, se gostam, apreciam, admiram o trabalho de um artista, por favor, o preservem, tratem-no de modo sereno, amoroso, sem fanatismos ou exageros. O artista é humano, ele acerta e erra. Não é divinal. No entanto, de tanto pseudo amor exagerado podemos matar alguém.
A obra é mais importante que o ser que a expressa. Pensem nisso.

3 comentários:

  1. A televisão, a mídia em geral faz isso com as pessoas. Os artistas não são vistos como humanos, mas como coisas que as pessoas costumam ver na tv e escutar no rádio. "Coisificação", seria o mais correto. Qualquer sinal de que ela esteve perto do artista, vira um trunfo, é até comercializado.. que pena que as coisas não sejam diferentes..

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  2. Lembro-me como se fosse hoje, no auge da carreira de Roberto Carlos, teve que usar um disfarce para poder ri ao lançamento do filme; Dr.Jivago no Cine Universo no bairro do Bráz aqui em São Paulo. Como era um longa metragem com 4 horas de duração, num dos intervalos descobriram o Rei. Tiveram que chamar a polícia senão ele não teria saído vivo.

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  3. Anônimo22.7.11

    Olá Maurício!! Sou fã da Paula Fernandes e entendo e concordo com tudo que você disse!! Escrevo sempre no Blog da Paula para tentar demonstrar para ela esse carinho e amor que tenho por ela! Sempre que escrevo pra Paulinha é com sinceridade. Escrevo com o coração. Não acho que é vergonha nenhuma e nem me reprimo em dizer que amo alguém, seja mulher, seja homem, seja minha família, seja meu cachorro, seja um objeto... Desde que se diga com sinceridade. O amor que tenho por Paula Fernandes é sincero, digo que a amo e digo sempre e nunca me cansarei e nem me envergonharei em dizer. Por isso, o respeito é fundamental. Tenho amor por ela, mas sei até onde posso ir. Todo amor tem suas limitações, não sou obsessiva, nem a idolatro. Paulinha é um ser-humano como eu, não é nenhum ser de outro planeta. Não deixo de viver minha vida para viver em função única e exclusivamente de Paula Fernandes. São coisas que muitas pessoas não entendem e não sabem separar. Paula tem seus problemas, suas aflições... Nem sempre tem de estar impecável, com aquele sorriso lindo no rosto. Nunca tive a oportunidade de ir a um show da Paulinha, infelizmente... Mas quando for, se ela não puder me atender não ficarei nem um pouco triste e nem deixarei de amá-la por isso. Sou fã sim e me orgulho muito em dizer que sou, porque Paula Fernandes é sim, muito especial para mim. Por isso que os fãs devem saber entender seus artistas. Sim, são artistas, mas acima de tudo são seres humanos que tem suas defeitos, limitações e cansaços, ainda mais com a vida corrida que é a de um artista de sucesso. É preciso saber respeitar para que possamos saber entender o outro mesmo havendo disparidade de pensamentos, sempre. Eu sempre digo: respeite e cuide do seu próximo e das pessoas que você ama, para que você possa ser cuidado também! Achei super legal seu post Maurício, acho que todo fã devia ler. Não só os da Paulinha como eu. Pelo menos assim, talvez eles saberiam entender e respeitar seus ídolos! Beijo grande!

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