27.9.11

Filho de Todos os Santos

Sou simpatizante das religiões africanas que foram trazidas ao Brasil pelos escravos. Gosto da Umbanda, que muitos defendem que é oriunda daqui mesmo e do Candomblé e suas nações. Admiro as tradições, as vestes, as características de cada orixá. No entanto, vejo muitos sacerdotes de ambas religiões desconhecendo o que cada uma delas professa. Falta estudo, conhecimento. E também percebo que muitas fontes divergem em relação às informações.

Ontem, ao pesquisar o site da casa de candomblé Axé Ilê Obá, situada em São Paulo, pude notar um panteão de deuses bem maior que a maioria. Fiquei sabendo, por exemplo, que Ossaim é orixá das plantas, das ervas. É curioso como a esmagadora maioria dos praticantes de religiões africanas nem citam Ossaim.

Outro exemplo é Exú, que no candomblé é orixá guardião e intermediário entre os homens e os deuses. Na Umbanda, os exús não são tratados desta maneira e são espíritos que buscam barganhar para ganhar "luz".

As nomenclaturas são divergentes, as cores, as roupas e até os atributos. Até agora eu não sei se eu sou filho de Oxalá velho (Oxalufan) ou do novo (Oxaguian), ou se sou filho de Obaluaê (que para alguns é diferente de Omulu), se sou de Xangô ou Ogun. Na verdade, eu sou filho de todos porque todos são emanações da natureza. Mas, também há quem defenda que eles realmente nasceram e viveram por aqui, entre os homens, como foi no Egito com Ísis, Osíris e Hórus.

Confusões à parte, bom mesmo é ouvir os cânticos mantrânicos, os batuques, aos afoxés, os pontos. Apreciar a beleza das danças. Atentar para as diversas linguagens e maneiras de expressão de cada santo. Só não admito a prática da matança de animais. Não creio que as divindades e os orixás precisam deste plasma sanguíneo para nada. Portanto, onde tiver esta prática, eu rechaço e julgo como nefasta e improcedente.

Saravá!


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