15.3.13

NÃO EXISTE AMOR EM SP


Basta uma pequena fresta e eu saio desta cidade que não tem cara. Só Deus me conceder uma janela aberta e eu saio voando daqui...

Não temos mais trânsito, temos estagnação, temos veículos desesperados, e ainda temos bêbados assassinando pessoas pelas ciclovias, nos pontos de ônibus. Temos buzinas insuportáveis e ansiosas. Experimente ficar 2 segundos, apenas 2, sem movimentar seu carro...

Não temos mais ar, temos um vapor de arsênico que a gente respira e entope os nossos pulmões. E tossimos, tossimos, arranhamos a garganta e sobrevivemos com os umidificadores no quarto.

Não temos mais paz, não há um minuto de silêncio, nem nossa morte. A cidade vai pra balada o tempo todo e faz a balada na sua casa. E a violência urbana cresce a cada dia e estampa as manchetes de sangue em nossa cara.

Não temos mais natureza. A feia fumaça que sobe ainda encobre as estrelas (Caetano). Só há estrelas imaginárias e um sol sem filtro que "encanceriza" nossa pele. Onde estão as montanhas? Não posso vê-las! A vizinha decrépita mandou cortar a árvore de frente de casa porque fazia "sujeira" de folhas...

Não há morada. O metro quadrado desta cidade é parisiense ou londrino. Alugue um casebre sujo e pague 1500 reais por mês. O que esta cidade pensa que é? Beverly Hills ou Dubai?

Não há igualdade. A arrogância empinada dos pretensiosos mora nesta cidade. Os idosos continuam ser transparentes, ninguém liga pra eles. Os negros, ganham menos, ninguém paga igual. Os homossexuais são agredidos na Paulista.

Não há amor. Há tanta gente que ninguém tá mais aí pra gente! Ninguém ama mais. Tanta gente e ninguém... Os consultórios médicos, de psiquiatras, de psicólogos e terapeutas, estão abarrotados de sofredores... E os que não estão doentes, não desejam mover um palha, nem para si, nem para os outros.

Eu nem preciso mais pedir a Deus que me conceba o direito de sair daqui, mas não quero fazê-lo de modo irresponsável.

Não existe amor em SP! Que Deus me proteja e ouça meus pedidos!


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